Resenha: Birdy leva sua melancolia para as massas em 'Beautiful Lies'
A obra de Jasmine van den Bogaerde é marcada por uma evolução constante. Desde o delicado debute autointitulado (2011), até o atual ‘Beautiful Lies’ (2016), passando pelo melancólico ‘Fire Within’ (2013), acompanhar a jovem tem sido uma jornada prazerosa a cada lançamento.
Se você vai de encontro ao terceiro trabalho de Birdy esperando encontrar novidade, sinto lhe informar que se decepcionará. Os mesmos temas ainda estão lá, assim como sua voz, doce e (ainda mais) hipnotizante.
Ao mesmo tempo em que afirmo que não há inovação no trabalho da britânica, digo que há uma sensível evolução. Apesar de ainda soar como a boa e velha Birdy pela qual nos apaixonamos cinco anos atrás, Jasmine apresenta uma obra mais consciente de si mesma, e por consequência, mais adulta.
Sem medo de soar radiofônica em sua nova empreitada, a inglesa traz em cada canção do novo trabalho uma mistura perfeita de música pop, arranjos bem acabados e letras verdadeiras, sem deixar de lado em nenhum momento sua já característica melancolia.
O trabalho mais longo da carreira de Birdy até agora (em sua versão deluxe, ‘Beautiful Lies’ conta com dezenove faixas e mais de 70 minutos de duração) conta com canções prontas para agradar quem já acompanha há tempos a carreira da inglesa, vide as graciosas “Silhouette”, “Words” e a faixa-título do registro, bem como traz músicas que conquistarão os ouvintes de primeira viagem, como os carros-chefe do trabalho, as radiofônicas “Keeping Your Head Up” e “Wild Horses”, além de “Lifted”, “Hear You Calling” e “Give Up”, que harmonizam elementos mainstream e melancólicos com precisão e maestria.
Birdy não busca em nenhum momento reinventar a roda em seu novo disco, e isso é ótimo, já que de acordo com a máxima, “em time que está ganhando, não se mexe”. O terceiro registro de estúdio da inglesa é a prova de que não é necessária uma inovação constante, se você é bom naquilo que faz. Mas apesar disso, apara as arestas visíveis nos álbuns anteriores, entregando uma obra consistente e honesta, que vai agradar quase todo mundo que tiver contato com ‘Beautiful Lies’. Pode anotar.
Ouça: “Growing Pains”, “Wild Horses”, “Silhouette”, “Lifted”, “Hear You Calling”, “Beautiful Lies”.
