Planeta Terra Festival - Parte 2

Mesmo que os portões já estavam marcados para abrir às 13hrs, chegamos no Playcenter às 14h30. O parque estava cheio de atrações e brinquedos aos arredores para o público se divertir durante os shows. A proposta era mais ou menos essa: internet wireless disponível em algumas áreas para se divertir nos brinquedos e não perder nenhum show enquando você assiste tudo em HD no seu iphone. É mole? Eu li isso na programação dos shows. Além disso, foram distribuídas camisetas personalizadas da Trident - só se viam camisetas coloridas na pista do palco principal.

Novos Paulistas

Não sabia ao certo qual show assistir, Passion Pit e Phoenix tocariam praticamente no mesmo horário. Além de outras bandas que assistiria pela metade devido ao deslocamento de um palco para o outro. Enfim, comecei pelos Novos Paulistas. O motivo de assisti-los era unicamente pelo Thiago Pethit. Desde que o conheci, virei fã e a apresentação dele estava entre as primeiras da minha lista.

A apresentação do coletivo começou com Pethit cantando "Nightwalker" acompanhado de palminhas do público e do quarteto. Logo em seguida "Le Son" de Dudu Tsudá e "Dois" da Tiê. Tulipa Ruiz foi a que mais interagiu com o público e brincou "Esta é uma comemoração de 25 anos de nossa amizade. Que vai acontecer daqui 10 anos". Os Novos Paulistas fizeram um show simples com direito a serpertina e "bailinho".

of Montreal

Depois da apresentação dos Novos Paulistas, percebi que a galera estava chegando e ocupado os lugares da frente. Eu e Felipe estávamos à cinco passos da grade bem no centro da pista em frente ao palco Main Stage. Talvez um dos melhores lugares, mesmo ficando apertado.

A próxima apresentação era do of Montreal e eu estava um pouco "nervoso" com o que estava prestes a assistir. O show começou às 19hrs em ponto com uma figura bizarra: um monstro robótico com duas armas sob o som de "Black Lion Massacre". Surreal, talvez desnecessário. Depois da intervenção robótica, os primeiro arranhos de "Coquet Coquette" foram tocados e Kevin Barnes apareceu num salto, performático, espalhafatoso e incrível.
Kevin tocou hits do último disco False Priest e canções já conhecidas como "Suffer For Fashion", "Party" e "Bunny". Além da interação carismática de Barnes com o público, os dançarinos também deram sua parcela quase teatral ou circense que vai de loucos com camisa de força até cozinheiro que corre atrás de porcos. O ápice da apresentação foi o primeiro "mergulho" de um dos dançarinos no público, todo mundo queria tocar nele. Até eu!
A apresentação do of Montreal foi bem teatral e cheio de energia. O público pulou nas melhores canções e se entreteu com as performances. Dois detalhes: Kevin Barnes jogou a palheta e seu casaco na pista. O show terminou com "Kongsvinger" e com todos os dançarinos no palco dançando e pulando. No final, Kevin mandou um beijo e assoprou para todos. Lindo!

O final do show do of Montreal deu passe para o primeiro Mapping Video, uma tecnologia inovadora que consiste em exibir projeções artísticas com o objetivo de ampliar o entretenimento entre o público. Esta técnica foi utilizada pela primeira vez em um festival na América do Sul. As projeções ficaram por conta do coletivo United VJs e começou com um som eletrônico experimental que foi acelerando gradualmente enquanto formas geométricas se moviam de acordo com a batida no palco inteiro.

Mika

O show do Mika atrasou alguns minutos devido à decoração do palco e ajustes técnicos. O palco virou um verdadeiro "jardim" com um piano decorado com flores diversas. "Relax (Take It Easy)" foi a primeira canção da noite e o público apertou ainda mais a pista onde estávamos. Nessa hora eu senti o pessoal chegando perto da grade de qualquer jeito, parece que era o show mais esperado da noite até então. Mika me lembrou o Freddy Mercury devido a jaqueta preta e a calça branca, típica do vocalista do Queen.

Depois disso, ele embalou a canção "Big Girl", deixando os fãs em pânico. Um guri do meu lado berrava a letra da música em alto e bom som, enquanto do outro lado uma garota queria subir em cima dos que estavam na sua frente para ver melhor. Mika disse várias vezes que esperou cinco anos para uma apresentação no Brasil e que a espera não foi em vão - o resultado foi uma apresentação cheia de cores, performances e carisma. De longe, o show mais animado da noite.

Mesmo em canções não dançantes, Mika foi acompanhado de vozes que cantaram junto as suas músicas. Em "Billy Brown", uma faixa enorme com o nome Billy foi estendida sobre um cantor em comunhão com o seu público. Já em "Happy Ending", eu vi gente chorar. Sério.
Mika encerrou seu show cantando "Lollipop", enquanto ele e sua banda batia em latas. Um dos ápices do show. Levando a pista do Main Stage à loucura.

Phoenix

Logo depois do Mika, a banda Phoenix já se preparava para entrar no palco do Main Stage. Entre mensagens com o Alê e conversas com três meninos que estavam do meu lado, surgiu uma confirmação que me deixou em êxtase: Daft Punk tinha chegado em São Paulo para fazer uma apresentação com a banda do Thomas Mars. A partir daí eu não pensava em outra coisa.

Phoenix também atrasou alguns minutos. A iluminação do palco tinha cessado um pouco para os primeiros acordes de "Lisztomania". Parecia que a pista do Main Stage tinha lotado de vez, muitos dos que viam o Passion Pit do outro lado do Playcenter, chegavam para prestigiar os franceses no palco principal. A música mais esperada da noite foi tocada e uma multidão pulava histericamente e cantava o refrão junto com o líder do Phoenix.

"Lasso", "Long Distance Call", "Girlfriend" e "Armistice" foram tocadas e os fãs cantaram juntos os principais hits. Um dos pontos altos do show do Phoenix foi Thomas Mars descer do palco e encostar na grade, bem perto do público. Ele estava à poucos centímetros de mim e eu consegui tocar o seu cabelo bem rapidamente. Enquanto várias mãos apareciam para ele em forma de ajuda, ele acabou apertando a minha mão para subir na grade como forma de apoio. Eu quis morrer nessa hora. Não sabia o que pensar, agir ou nem mesmo lembrar a letra de "1901". O Felipe aproveitou a oportunidade para filmar o frontman de perto:
Foi surreal. Mágico. Os segundos mais bonitos da minha vida inteira.

Não satisfeito, Mars "mergulhou" no público até uma escada. Subiu, fez cena, cantou e voltou da mesma forma para o palco. E o Daft Punk? Nada de aparecer. Desde que a dupla apareceu de surpresa em um show da banda em Nova York, boatos diziam que a dose iria se repetir no Brasil. Porém, mesmo decepcionando os fãs, a banda fez sua apresentação e teve o maior retorno do público naquela noite. Os caras transformaram a pista do Main Stage em uma verdadeira pista de dança.
Hot Chip

Phoenix acabou e corremos para o palco do Indie Stage onde o Hot Chip estava se apresentando. Ouvimos as quatro últimas músicas, dentre elas "Ready For The Floor", "Shake a Fist" e "I Feel Better". "Ready For The Floor" estava irreconhecível para uma versão ao vivo. Estavam animados, mas em uma vibe totalmente diferente para quem assistiu shows impecáveis no início da noite.


Não tenho o que reclamar das apresentações que vi. Houve alguns atrasos, mas os mesmos foram compensados. Perder o show do Passion Pit para ver Phoenix foi uma boa escolha, mas ainda bate o arrependimento de não ter cantando "Little Secrets".

Para quem não viu todos os shows ou não foi ao festival, o canal Terra TV tem todas as apresentações em HD. Basta você selecionar qual palco quer assistir: Sonora Main Stage ou Gillette Hands Up \o/ Indie Stage.

No próximo ano eu vou estar lá novamente. Sem dúvida alguma. 
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